"Life is not measured by the number of breaths we take, but by the moments that take our breath away." Hilary Cooper
quarta-feira, 16 de junho de 2010
E se...
. Não se pode impedir a morte. Não se pode encurtar o luto. Não se pode recuperar o que deixa de existir. Não se pode evitar a dor. Não se pode controlar os sentimentos.
Com tantos se's deixo-te com uma poesia de Mário de Andrade
"Aceitarás o amor como eu o encaro ?... ...Azul bem leve, um nimbo, suavemente Guarda-te a imagem, como um anteparo Contra estes móveis de banal presente.
Tudo o que há de melhor e de mais raro Vive em teu corpo nu de adolescente, A perna assim jogada e o braço, o claro Olhar preso no meu, perdidamente.
Não exijas mais nada. Não desejo Também mais nada, só te olhar, enquanto A realidade é simples, e isto apenas.
Que grandeza... a evasão total do pejo Que nasce das imperfeições. O encanto Que nasce das adorações serenas."
Impedir a morte é inevitável, podemos acelerar ou retardar este processo, mas é inevitável... agora encurtar o luto, depende do luto que estamos fazendo, tudo depende de nós próprios e de como encaramos essas nossas experiências... o que deixa de existir mantém-se vivo dentro de nós... a dor faz parte do nascimento, crescimento e morte, faz parte da nossa existência... controlar os sentimentos, minha amiga custa bué porque vai contra a nossa natureza, mas também se consegue, até negar temporariamente a sua própria existência, para depois explodir de emoções desiquilibradas onde o coração se eleva à razão, mas no final tudo se acalma, depende da nossa mente, esta comanda tudo, mas ainda existe a fracção do tempo, este é mandatório e decisivo para o encerramento dos nossos ciclos de sentimentos.
Agora o coração ter nove vidas como um gato... fazes-me sorrir... é interessante como os acontecimentos se repetem e as frases escritas são novamente escritas por outras pessoas sem nunca termos falado do assunto!!!
Gostaria de um sinal de apreço, de um toque de carinho, de uma palavra de ternura. Nascemos para ser tocados. Vivemos para ser acariciados. Somos acariciados e confortados pela mãe ao nascer... porque desaprendemos a acariciar em adultos? Porque evitamos o calor de uma carícia? Porque permitimos a ausência de um abraço?
E se...
Eu fosse... alguém em sofrimento... em descompensação ou a padecer de dor...
Gostaria que me dessem a mão e tomassem conta de mim. Que ouvissem o silêncio da minha dor e aliviassem, com amor, os bramidos que o meu corpo não mais consegue suportar. Não ignorar o desconhecido é algo que peço. Que simples que é ignorar o sofrer de outros. Que confortável fingimento evitar o meu padecimento.
E se...
Eu fosse... perturbado no meu sono profundo por dispneia sem fim...
... com bramidos insistentes incômodos ruídos, farfalheira incontinente... incomodativo... quebrante de qualquer regra de etiqueta. Gostaria de permanecer junto a ti; família e amigos; quem sempre me procurou e pediu conselhos. Porque se ausentam fisicamente e desculpas abraçam para justificar? Gostaria que o som dos meus bramidos se tornasse música para os seus ouvidos. Paciência... isolamento não é a solução... gostaria que não se escondessem de mim, e que não estivessem em exaustão.
E se...
Eu fosse... um débil e agitado ser...
Gostaria que suportassem, sem reclamar, o meu diminuto momento de fraqueza, de alucinação, de confusão, de devaneio. Que me confortassem, sem mágoas, o que me é alheio. Que culpa eu tenho se não há culpas a quem apontar? Nada mais há a fazer senão, simples e conscientemente, aceitar. Compreender para além da insanidade irreal, da desorientação de momentos ou períodos de confusão mental.
E se...
Eu fosse... dependente da independência dos outros...
...imóvel, acomodado sem cómodo, acamado, aí permanecer apenas deitado. Sem abraço, ou perna levantar, sem que um dedo sequer fosse usar... e numa fralda, confinado estar. Gostaria de uma breve massagem; para alívio ou não; para simplesmente saber que, ainda, AQUI estou, por alguma razão.
E se...
Eu fosse... sonolento, ansioso e sem domínio do dormir...
Das insónias, cansaço, fraqueza ou delírio, resultando num ilógico, contraditório, absurdo, disparatado, incoerente palavreado. Gostaria,... somente... que me falassem de pianinho
E se...
Eu fosse... gostaria...
E se tu fosses?
Adaptado de Carmem Esequiel
De mim para ti Anita... com muito amor... Beijocas fofas
Com tantos se's deixo-te com uma poesia de Mário de Andrade
ResponderEliminar"Aceitarás o amor como eu o encaro ?...
...Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.
Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.
Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.
Que grandeza... a evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições. O encanto
Que nasce das adorações serenas."
É lindo e de uma sensibilidade encantadora né??
Beijo de mim para ti Melzita
Quem diz que o coração não tem sete vidas???
ResponderEliminarNina
Impedir a morte é inevitável, podemos acelerar ou retardar este processo, mas é inevitável... agora encurtar o luto, depende do luto que estamos fazendo, tudo depende de nós próprios e de como encaramos essas nossas experiências... o que deixa de existir mantém-se vivo dentro de nós... a dor faz parte do nascimento, crescimento e morte, faz parte da nossa existência... controlar os sentimentos, minha amiga custa bué porque vai contra a nossa natureza, mas também se consegue, até negar temporariamente a sua própria existência, para depois explodir de emoções desiquilibradas onde o coração se eleva à razão, mas no final tudo se acalma, depende da nossa mente, esta comanda tudo, mas ainda existe a fracção do tempo, este é mandatório e decisivo para o encerramento dos nossos ciclos de sentimentos.
ResponderEliminarAgora o coração ter nove vidas como um gato... fazes-me sorrir... é interessante como os acontecimentos se repetem e as frases escritas são novamente escritas por outras pessoas sem nunca termos falado do assunto!!!
É tão grandioso perceber tantas semelhanças...
E se...
ResponderEliminarEu fosse um moribundo...
Gostaria de um sinal de apreço, de um toque de carinho, de uma palavra de ternura.
Nascemos para ser tocados. Vivemos para ser acariciados.
Somos acariciados e confortados pela mãe ao nascer... porque desaprendemos a acariciar em adultos?
Porque evitamos o calor de uma carícia?
Porque permitimos a ausência de um abraço?
E se...
Eu fosse... alguém em sofrimento... em descompensação ou a padecer de dor...
Gostaria que me dessem a mão e tomassem conta de mim.
Que ouvissem o silêncio da minha dor e aliviassem, com amor, os bramidos que o meu corpo não mais consegue suportar.
Não ignorar o desconhecido é algo que peço.
Que simples que é ignorar o sofrer de outros.
Que confortável fingimento evitar o meu padecimento.
E se...
Eu fosse... perturbado no meu sono profundo por dispneia sem fim...
... com bramidos insistentes incômodos ruídos, farfalheira incontinente... incomodativo... quebrante de qualquer regra de etiqueta.
Gostaria de permanecer junto a ti; família e amigos; quem sempre me procurou e pediu conselhos.
Porque se ausentam fisicamente e desculpas abraçam para justificar?
Gostaria que o som dos meus bramidos se tornasse música para os seus ouvidos.
Paciência... isolamento não é a solução... gostaria que não se escondessem de mim, e que não estivessem em exaustão.
E se...
Eu fosse... um débil e agitado ser...
Gostaria que suportassem, sem reclamar, o meu diminuto momento de fraqueza, de alucinação, de confusão, de devaneio. Que me confortassem, sem mágoas, o que me é alheio.
Que culpa eu tenho se não há culpas a quem apontar?
Nada mais há a fazer senão, simples e conscientemente, aceitar.
Compreender para além da insanidade irreal, da desorientação de momentos ou períodos de confusão mental.
E se...
Eu fosse... dependente da independência dos outros...
...imóvel, acomodado sem cómodo, acamado, aí permanecer apenas deitado. Sem abraço, ou perna levantar, sem que um dedo sequer fosse usar... e numa fralda, confinado estar.
Gostaria de uma breve massagem; para alívio ou não; para simplesmente saber que, ainda, AQUI estou, por alguma razão.
E se...
Eu fosse... sonolento, ansioso e sem domínio do dormir...
Das insónias, cansaço, fraqueza ou delírio, resultando num ilógico, contraditório, absurdo, disparatado, incoerente palavreado.
Gostaria,... somente... que me falassem de pianinho
E se...
Eu fosse... gostaria...
E se tu fosses?
Adaptado de Carmem Esequiel
De mim para ti Anita... com muito amor...
Beijocas fofas