i.
Escrevo qualquer coisa para, irrisoriamente, fazer apagar a lentidão do tempo. Por vezes, os dias tornam-se densos, outras, transformam-se em pequenas gotas de solidão. O tempo é isto, esta miséria de canos cerrados como uma espingarda apontada ao corpo.
Certeiras flechas iluminando a transparência do olhar.
Escrevo para espantar o medo. Para que o rito possa surgir na noite transformado em grito de ave.
ii.
Escrevo boca no teu braço e coração na boca.
Texto: Luis Proença
Tela: Gustav Klimt