Não recordo as suas palavras exactas, mas pelo meio, sorrindo, disse algo como:
- Ah, e se alguém quiser integrar uma missão humanitária… desde que organize tudo com a AMI, eu aceito e dou todo o meu apoio!
PLIM PLIM PLIM… Ao Tio Patinhas apareceriam cifrões nos olhos; nos meus deve ter aparecido o brilho dos felizes! Eh, eh… Pelo menos, os violinos posso garantir que tocaram…
Era aquilo que sem saber eu esperava e sabia que chegaria – aquele momento, aquela oportunidade, aquela situação!!! Ter de entrar em contacto com a AMI, fazer com que me aceitassem, ter uma trabalheira com papeladas e coisas afins… Xiiii! Desde quando isso são entraves? Arregacei logo as mangas!
Os meses que se seguiram decorreram então entre a feitura de relatórios, planificação de objectivos, actualização de currículo e envios e reenvios de tudo para a sede da AMI em Lisboa. (Acreditas que perderam 3 vezes o meu currículo e o da minha colega Sue, que me acompanhou?)
Quando o coração já ia ansiosamente ao telemóvel de hora a hora em busca de uma chamada da AMI… Era Fevereiro, eu ressonava na minha caminha em Coimbra – férias de Carnaval! Em tempos de estudante elas existiam! – juntinho das minhas meninas, Natasha e Nocas – que obviamente eu teria de referir! – quando o telemóvel, que por força do adormecer prematuro da noite anterior em que adormecera de livro aberto e luz acesa, deixara ligado, tocou.
Até suspirei. Marcação de entrevista. Finalmente, pensei.
Obviamente que tanto eu como a Sue encantámos pelos lados da capital e, assim, começou uma nova etapa: marcação de voos (Lisboa – Ilha de Santiago, Cidade da Praia - Ilha do Fogo, São Filipe), firma de contratos e seguros (que mais tarde se revelaria fundamental!), recolha de informações variadas sobre Cabo Verde – geografia, clima, política, história, bases culturais –, Saúde Tropical, Consulta do Viajante, etc.



Porquê?
Inacreditável! A data estava errada! Os bilhetes eram só para o dia seguinte e só na sede da AMI o descobri. Não sabia se havia de rir ou chorar. A parte de mim que quis acreditar que o engano não havia sido meu (que não ouvira mal a data quando me disseram ao telemóvel), viu a situação como um teste da Fundação AMI para entender qual a resposta que eu e a Sue teríamos numa situação imprevista e desagradável. Terá sido?
Parti-me a rir e fui direita ao Centro Comercial Vasco da Gama “papar” desenfreadamente uma enorme baguete vegetariana da Pans! O meu sistema gastrointestinal descolapsou! Eh, eh…
A mala manteve-se fechada. Em Coimbra a minha cama já não tinha lençóis. A minha mãe e o meu padrasto não sabiam o que dizer, mantinham-se calados. E eu dormi mais uma noite ao som do ronronar mais delici

No dia seguinte o Nuno já não me levou a Lisboa. Tive de ir de Expresso, com toda a bagagem… No entanto, e até, apesar de estar de chuva, o dia tinha um cheiro mais harmonioso que o da véspera. Desfeitas as expectativas, ficara uma calma… Independentemente do que sucedesse, conseguia agora sentir-me… tudo seria óptimo.
Olá Ana!
ResponderEliminarGostei de ver e ler as tuas andanças por Cabo Verde.
Vou seguir o teu diário, à medida que fores publicando. Boas fotos. Mais!
E o teu sorriso continua a ser uma inspiração:)
Um beijo.
N.