No entanto, hoje, 24 horas após ter tido a honra de participar na conferência do Chefe de Estado do Tibete Dalai Lama, gostaria de vos falar de outro aspecto muito importante e que ele referiu: não existe o nosso planeta e o planeta dos outros, não existe o nosso mundo e o mundo dos outros… estamos todos unidos! E a dignidade e a liberdade do “eu” e do “tu” só é possível no “nós” humanidade!
Todos os dias 20 mil vidas sofrem com fome e pobreza,
54,7% da população mundial vive em miséria extrema, ou seja, menos de 1 dólar americano por dia (dados de 2006 do Banco Mundial), mil milhões de pessoas não têm acesso a água potável, há 115 milhões de crianças que não têm oportunidade de ir à escola, 99% das mortes no decorrer de um parto ocorre em países pobres (in Crespo, Cristina, 2006)…
e nós, aqui, sem consciência da enorme sorte que temos e, muitas vezes, sem a abertura ao mundo, sem interesse por nós mesmos e pelo outro, pelos outros…
Ser humano é natural, mas ser humanitário não é natural, isso trabalha-se, deseja-se e faz nascer e crescer em nós, parte de uma intenção consciente (adaptado de Albert Jaquard, sd).
O humanitário implica esse sentimento positivo, uma dedicação a cada ser humano… começando por nós mesmos, no que nos rodeia, com uma visão que vai para além do meu mundo, do meu jardim, do meu amigo, do meu vizinho, do meu curso, do meu trabalho…
com uma visão do nosso planeta, das nossas reservas de água potável, da nossa camada de ozono, dos nossos iguais no nosso país, dos nossos iguais em outros países…
Estes pensamentos parecem saídos do discurso do Mister Al Gore, peço desculpa se se sentirem traídos… “Ela disse que ia aqui falar da sua integração numa missão humanitária e agora põe-se para aqui com isto!...”
Podem crer que não o planeei :) e que o post que descreve o meu dia-a-dia por Cabo Verde para que possam ver as coisas transdisciplinares, multisectoriais, que se realizam numa missão humanitária já está pronto para aqui publicar. No entanto, sem esta noção de humanitarismo… acredito eu que, cada acto, cada passo, cada momento parecerá vazio, oco e desprovido de qualquer real importância e cabimento.
Fica assim então este pensamento… com ele no coração, em breve, poderão absorver o post seguinte.
Obrigado por lerem estas palavras e por pensarem sobre isto.
NÃO SE ESQUEÇAM, NÓS SOMOS VERDADEIROS FELIZARDOS…